Conheça 5 comidas "tipicamente brasileiras" que não são nacionais
*Da Redação
Pode parecer surpreendente, mas muitas comidas "tipicamente brasileiras" não são tão nacionais quanto muitos acreditavam. Tradicionais no dia-a-dia, delícias como bolinho de chuva, pastel, cuscuz e quindim são símbolos da gastronomia do país, mas não são 'made in Brazil'. Estes deliciosos quitutes, que conquistaram o estômago de milhões de brasileiros, surgiram em terras distantes e foram adaptados ao paladar local, ganhando novos ingredientes e modos de preparo alternativos.
1 - Pastel
O pastel ficou famoso no Brasil com a versão frita. Rapidamente, conquistou o paladar dos brasileiros de tal maneira que se transformou numa 'criação nacional', mas a história desta deliciosa massa frita começou bem longe das terras tupiniquins.
Estudos apontam que o pastel tem sua origem na Península Ibérica. Na Idade Média, já existiam receitas de massas recheadas que eram levadas ao forno, porém foi na região que tiveram a ideia de fritar essa massa.
Há ainda a comparação com o rolinho primavera chinês e com a gyosa, da culinária japonesa. A mais respeitada das teorias afirma que o pastel chegou ao Brasil graças à imigração chinesa. Com a adaptação dos pratos orientais, surgiu no país o saboroso pastel.
'Pastel flango' chinês ou japonês?
Se o pastel chegou ao Brasil pelos chineses, por que vemos tantos japoneses encarregados de pastelarias espalhadas pelo país?
Com a Segunda Guerra Mundial e a aliança do Japão com a Alemanha nazista, os japoneses passaram a abrir pastelarias pelo Brasil para se passarem por chineses e assim evitarem a perseguição no país.
2 - Bolinho de Chuva
O bolinho de chuva ficou famoso no Brasil graças à personagem Tia Anastácia, do Sítio do Pica Pau Amarelo, de Monteiro Lobato. Hoje é tão popular na cultura brasileira, que muitos 'esquecem' que o quitute surgiu em Portugal, derivado de outra guloseima lusitana, a Bola de Berlim, mais conhecida no Brasil como "sonho".
A massa do bolinho de chuva é bem semelhante à da Bola de Berlim. A principal diferença é que os sonhos ficavam em bandejas, cercados por açúcar fino e canela em pó, assim como, atualmente, é servido o bolinho de chuva. A alteração na receita fica por conta do recheio, já que o não há creme nos quitutes da Tia Anastácia.
3 - Polenta
Pode até parecer que foi criada no Brasil, mas a polenta na verdade é italiana. Hoje é produzida à base de farinha de milho, mas no passado era preparada a base de farinha de aveia, trigo e outros cereais. Durante o Império Romano, a polenta era o principal prato local.
No Brasil já existia um preparo parecido com a polenta de milho italiana, porém uma versão cremosa que não era frita ou grelhada. Durante séculos, o prato era muito comum em comunidades pobres, que a utilizavam como principal fonte nutritiva para aguentar trabalhos braçais, mas atualmente a polenta é encontrada em diversos restaurantes de comida típica italiana e brasileira.
4 - Cuscuz
O cuscuz tão consumido no Brasil tem origem árabe. Surgiu em Magrebe, região norte da áfrica, e era feito com grãos de sêmola de trigo temperados e cozidos no vapor. Carnes e legumes complementavam essa iguaria que chegou ao Brasil por imigrantes, apesar de parecer um prato que nasceu no país. Em terras tupiniquins popularizou-se primeiro na região sudeste, mas logo conquistou o estômago de milhões de brasileiros.
5 - Quindim
A origem do quindim se divide em três localidades. Afinal, essa deliciosa guloseima é brasileira, africana ou portuguesa? Os portugueses têm a fama de apresentarem diversos doces à culinária mundial e com o quindim não foi diferente. Nos conventos de Portugal surgiu um doce chamado "brisas do lis" que era preparado com ovos, açúcar e amêndoas.
O 'quindim brasileiro' é muito parecido, mas no lugar das amêndoas, foi incluído o coco, um produto 'tipicamente nacional'. Essa nova receita surgiu no nordeste do país e teve grande influência africana, inclusive no nome. A palavra quindim é originária da áfrica. Com isso, o Quindim é uma deliciosa e saborosa mescla de sabores da culinária portuguesa, brasileira e africana.
*UOL

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