Grafite de Ziraldo
Foto: AE

Em 1999, o jornalismo impresso vivia seus melhores momentos com suas estruturas físicas e redatoriais. Na capital paulista, via liderança nacional de O Estado, Folha, Notícias Populares, Revista Manchete (...)   Na capital paranaense jornais como  Gazeta do Povo, O Estado do Paraná, Gazeta Mercantil (...) No interior, empresas jornalísticas, como Folha de Londrina, O Diário, O Jornal, Diário do Noroeste, Umuarama Ilustrado (...) entre outros

Todos que sobreviveram  registraram em suas versões digitais deste sábado,  a triste notícia da morte de um gênio do jornalismo e da literatura.Mas evitaram dar destaque em sua mais polêmica obra, a semanal "Bundas", parodiando "Caras". O portal da Revista Conexão Paraná, fundada em 1999, mesmo ano da "Bundas", resgata sua importância  por conseguir sobreviver por várias edições, apesar das reações adversas.


Trata-se de Ziraldo Alves Pinto, o Ziraldo,   cartunista, escritor, jornalista, colunista e dramaturgo que morreu neste sábado (6) aos 91 anos. Durante mais de 70 anos deixou uma marca importante na cultura brasileira, com livros, charges e um dos principais veículos de crítica à ditadura militar, o jornal 'O Pasquim'. 

Criador do célebre personagem "O Menino Maluquinho", seus livros venderam mais de 10 milhões de exemplares e foram publicados em vários idiomas. O humor de Ziraldo se expandiu na revista O Cruzeiro e ganhou expressão política a partir de 1963, no Jornal do Brasil.

 No Jornal dos Sports, em 1967, Ziraldo editou o suplemento Cartum JS, revelando os novatos Henfil e Miguel Paiva. Criado em 1969, no vácuo do Ato Institucional nº 5, o AI-5, o semanário humorístico O Pasquim contribuiu para a transformação de Ziraldo em um artista popular.

Ele sofreu três prisões nesse período, mas nem por isso deixou de desenhar. Na cela, ele seguiu no ofício e usava seu conjunto de hidrocor para desenhar. Criou também personagens que marcaram época, como a Supermãe, o Jeremias, o Bom, e os Zeróis, uma paródia aos super-heróis, tudo isso antes do Menino Maluquinho.  Obteve reconhecimento nacional com a  revista Pererê, em 1961.